A VITÓRIA QUE SE EXPRESSA NO CLAMOR DE UMA ALMA AFLITA
I Samuel 2-1
Em Siló havia festa e celebração, era lá que o povo ia comemorar anualmente os grandes feitos de Deus. As três festas anuais que aconteciam lá, a Pascoa, o Pentecostes e os Tabernáculos faziam o povo recordar o que Deus tinha operado em favor de seu povo, por isso aqueles eram momentos de muita alegria e regozijo pelos tantos livramentos e provisões promovidos pelo braço forte Daquele que libertou seu povo e não o desamparou.
Mas, nem todos estavam felizes naquelas ocasiões. Se para muitos aqueles eram momentos muito felizes para Ana aqueles eram os instantes mais dolorosos de sua vida, pois a sua história marcada pela dor fazia com que ela não conseguisse se alegrar como os demais. Indo a Siló na caravana com toda a família, Ana se dirigia para lá com seu esposo Eucana, sua outra mulher Penina e seus dez filhos. Aquele trajeto que reunia toda a família era um verdadeiro martírio à alma de Ana, pois além de não poder levar seus próprios filhos também, porque não os tinha, visto que era estéril, ficava sempre sob a mira da rivalidade de Penina que fazia questão de irritá-la com demasiada constância. Sem sossego e já flagelada pelas interpretações equivocadas de sua época que dizia que ela estava sob maldição divina, Ana chora abundantemente e nem mesmo o consolo e o cuidado de seu marido atencioso fazia lhe acalmar o coração. Nada, exatamente nada, compensava o desejo e a necessidade de ser mãe e de sair daquela situação de tanta humilhação.
Foi então movida pela amargura de sua alma aflita, que Ana sai da festa e vai ao santuário de Siló e mesmo sem palavras audíveis derrama seu coração perante o Senhor, lhe prometendo em um voto sincero que o mesmo filho que o Senhor lhe desse, atentando para sua aflição, seria o filho devolvido para o seu serviço e consagração.
Embora confundida com uma mulher embriagada, Ana estava ali em lágrimas derramada e apresentou sua petição no silêncio de sua dor em uma sincera oração...
E foi ali no clamor de uma alma aflita que o coração se expressou sem uma frase se quer ser ouvida
E foi ali no clamor de uma alma aflita que Ana sua alma derramou sem reservas e sem medida
E foi ali no clamor de uma alma aflita que a fé proclamou a certeza da conquista
E foi ali no clamor de uma alma aflita que a humilhação então cessou e pela exaltação foi vencida
E foi ali no clamor de uma alma aflita que o semblante então se transformou pela palavra trazida nas asas de uma esperança bendita
E foi ali no clamor de uma alma aflita que o Deus Onipotente se mostrou mais uma vez com sua gloriosa saída
E foi ali no clamor de uma alma aflita que a vitória em fim chegou e a história então mudou trazendo novamente a alegria da vida