ISAÍAS 17. 1-11 NÃO É PARA OS NOSSOS DIAS

ISAÍAS 17. 1-11 NÃO É PARA OS NOSSOS DIAS

Estes últimos dias estão chegando a nós por meio das mídias sociais as devastadoras imagens da guerra na Síria, o nosso coração deveria está comovido e debruçado em oração por aquele povo, em vez disso, temos visto pessoas usarem o texto do profeta Isaías (17.1-11) de forma distorcida e fazer dele um argumento mais de indiferença para com aquela realidade do que de misericórdia.

O primeiro e grande problema é que a profecia já se cumpriu quando a Assíria destruiu Damasco sob o comando de Tiglate-Pileser III em 732 a. C. (2 Rs 16.9), império que também conquistou o reino do Norte (Israel), aliás a profecia de Isaías traz um sentença sobre as duas conquistas. Embora a cidade de Damasco tenha sido reconstruída o oráculo do profeta se cumpriu cabalmente, pois Damasco como capital representante do império Sírio foi totalmente assolada, contudo Isaías não afirmou que ela permaneceria em ruinas para sempre, daí a sua reconstrução. 

O teólogo Luiz Sayão observa sobre este texto: “Quando lemos Isaías 17, no contexto dos oráculos contra as nações (13-23), podemos entender o que está acontecendo. A profecia contra Damasco foi cumprida. A história da conquista da Síria pelos invasores assírios se cumpriu. Foi no ano 732 aC que o exército de Tiglate-Pileser III destruiu Damasco. É muito importante observar que isso aconteceu no final da guerra Siro-efraimita (Is 7), quando tanto Israel (Efraim) quanto a Síria caem diante do invasor poderoso. Veja no texto como Israel, juntamente com a Síria, também é julgado e cai na profecia de Isaías 17”[1].

“Efraim deixará de ser uma fortaleza, e Damasco uma realeza; o remanescente de Arã será como a glória dos israelitas, anuncia o Senhor dos Exércitos. Naquele dia a glória de Jacó se definhará, e a gordura do seu corpo se consumirá. Será como quando um ceifeiro junta o trigo e colhe as espigas com o braço, como quando se apanhamos feixes de trigo no vale de Refaim” (Isaías 17:3-5).

O segundo problema, é que deveríamos olhar para esta situação com compaixão e orar para que Deus chegue com graça na vida daquele povo, até porque, além disso, temos ouvido muitos relatos que Deus está trazendo um avivamento ali, isso nos mostra o quanto Deus está interessado em alcançar este povo em meio ao sofrimento.

Diante disso, que tenhamos mais zelo pelas Escrituras, e em vez de compartilhar texto de forma distorcida possamos primeiro ter a certeza do que se trata, e que tenhamos zelo também por vidas que Deus no seu amor deseja resgatar por meio de sua graça, e assim que as notícias que chegam a nós não sejam transformadas em informações que gerem sensacionalismo escatológico incoerente, nem meros relatórios estatísticos indiferentes, mas que suscitem em nós um coração comovido e compassivo para com os perdidos.

 

Profª Gilmara Diógenes

 

 

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