QUAL SERÁ O LEGADO DOUTRINÁRIO DA NOSSA GERAÇÃO?
Contemplando a história da igreja notamos como determinados períodos foram relevantes doutrinariamente tanto para sua época como para momentos posteriores da igreja. Somos devedores a muitos servos de Deus que não deixaram a doutrina se corromper e que, por tanto, temos as mesmas hoje a nosso dispor para assim a partir delas firmarmos nossas convicções, graças ao esforço destes que zelaram pelas bases do Evangelho. A era Apostólica deixou para nós o legado da doutrina do Evangelho nos escritos do NT; a era dos Pais da igreja, alicerçada na doutrina apostólica, deixou-nos o Cânon, a Cristologia, a Trindade dentre outras elaborações doutrinárias formidáveis; a Reforma, por sua vez, nos consentiu as bases da nossa fé na retomada que fez aos pilares essências do Cristianismo. Não podemos esquecer-nos da “Era das Trevas” (Período Medieval) que também deixou marcas nas gerações seguintes, mais neste caso as piores possíveis, as quais causaram e acarretam danos até os nossos dias.
Diante de tudo isto, a pergunta que não quer calar é: que legado doutrinário a nossa geração deixará para as outras? Como sobreviveriam as outras gerações do Cristianismo se dependesse da nossa? É importante zelar pelo que cremos não somente por causa da nossa sustentação hoje, mas entender que nós também imprimiremos convicções nas próximas eras da igreja. E isso se torna muito preocupante quando pensamos numa igreja atual que se preocupa mais em produzir no povo êxtase do que convicções, dando mais ênfase a histerias vazias do que a conteúdo sólido em seu ensino, pregação e louvor.
Precisamos acordar para zelar pela doutrina em nossa época, e não permitir que a nossa e as novas gerações desmoronem por falta do nosso legado doutrinário. Que Deus nos ajude a despertar o quanto antes possível, antes que o nosso descaso e inércia provoquem prejuízos indeléveis que vão para além de nós, que além de escrever mal a história do nosso tempo, não deixe nada para escrever as próximas eras que virão depois da nossa, e antes que a nossa era fique conhecida na história eclesiástica como a “Era das Trevas – segunda edição”.
Profª Gilmara Diógenes