QUANDO EU TIVE MEDO
Quando eu tive medo, senti como se o chão saísse dos meus pés. Tive a sensação de que o mundo todo estava prestes a desabar sobre a minha cabeça. O pavor me rodeou de tal maneira que senti-me exaurida de todas as minhas forças.
Quando eu tive medo, aprendi que a vida é um complexo decidir e viver. Compreendi que os sonhos se solidificam se estabelecendo em desafios assustadores, foi quando decidi ancorar a minha alma na suficiência da soberania d’Aquele que está acima dos nosso temores.
Quando eu tive medo, olhei e vi que as maiores conquistas da minha vida tiveram como precedente a inevitável realidade do confronto entre prosseguir ou não prosseguir, acompanhado pela angústia do crepúsculo que trazia consigo o pavor de construir castelos no incerto.
Quando eu tive medo, as circunstâncias adversas tentaram sufocar o meu ânimo, até mesmo orar parecia ser em vão. A esperança era apenas um pulsar tempestuoso no vazio de uma calmaria desesperadora. Foi quando aprendi que em meio ao silêncio Deus se revela para aperfeiçoar em nós a virtude de uma confiança que precisa permanecer de pé mesmo quando tudo em volta parece desmoronar.
Quando eu tive medo, consegui acreditar na concretização de sonhos que pareciam surreais, foi quando compreendi que está de bem com a vida não depende de esconder-se nas cavernas da covardia, mas encarar circunstâncias adversas mesmo que isso exija se submeter aos açoites inevitáveis de uma possível expectativa do fracasso.
Depois que entendi tudo isso, encarei a sombria e assustadora noite esperando o dia amanhecer, apesar do medo.
Miss Gilmara Bezerra
14/08/2013