AS MARCAS DA VERDADEIRA VOCAÇÃO
TEXTO: 2 Coríntios 11.1-15
INTRODUÇÃO: Hoje já existe ordenação de pastores via internet. O candidato envia seus dados e logo depois em pouco tempo ele pode receber seu certificado pastoral. Outro fato interessante em nossos dias é que há uma igreja que está promovendo o primeiro concurso para pastores, oferecendo um salário de até 8 mil reais. Deste modo, percebemos o quanto a vocação tem sido banalizada nos dias atuais. Contudo, embora a vocação esteja em perigos hoje, ela nunca deixou de ser divina e verdadeira. A questão que surge como desafio para nós consiste em: como identificar alguém chamado por Deus em meio a esse emaranhado de problemas? Recorremos as Sagradas Escrituras para alcançarmos uma resposta satisfatória. E talvez não há ninguém melhor para nos ensinar sobre isso do que o apóstolo Paulo. Isso pode ser observado a partir de sua defesa ministerial em sua segunda carta a igreja de Corinto.
ELUCIDAÇÃO:
- Um dos propósitos da segunda carta de Paulo aos coríntios é apresentar uma defesa do seu ministério apostólico.
- Alguns falsos ministros haviam se infiltrado na igreja de Corinto e posto em descrédito o ministério de Paulo.
- Os capítulos 10,11 e 12 se concentram principalmente neste foco.
- Com a argumentação de Paulo no capítulo 11 podemos perceber que o vocacionado tem marcas muito expressivas que o acompanham, e por causa dessas marcar é possível identifica-lo.
- Vamos então destacar essas marcas. Pois:
TEMA: O verdadeiro vocacionado é identificado pelas marcas que o caracterizam.
S. Interrogativa: quais são as marcas que caracterizam o vocacionado?
S. Transição: primeiro é possível constar como marca:
- A CONVICÇÃO DA VOCAÇÃO EM MEIO A DÚVIDA (1-6)
- Paulo sabia da sua vocação, mesmos em meio às dúvidas que foram lançadas na igreja de Corinto, ele era consciente do seu chamado.
- Paulo era convicto. Ele faz uma defesa do seu apostolado a partir da sua certeza sobre ele. Ele declara que em nada foi inferior aos demais apóstolos, confirmando sua certeza ministerial.
- O vocacionado é alguém convicto e mesmo quando os outros duvidam, ele sabe de suas certezas.
- Convicção é elemento indispensável na vocação. “É ela que nos faz avançar quando tudo em nossa volta nos manda parar”.
- É algo muito particular. Só você e Deus conhecem profundamente.
- ILUSTRAÇÃO: Conta-se que Chales Spurgeon, príncipe dos pregadores, certa vez foi falar com um pastor sobre sua vocação, o pastor disse que ele não deveria entrar nessa de ministério e deveria fazer faculdade, pois era um intelectual. Depois de alguns anos o mesmo pastor o encontrou no ministério e perguntou pra ele porque ele havia optado por isso, ele respondeu: porque ministério é para aqueles que não podem viver sem ele.
- A convicção nos diz que é difícil viver com ministério, mas que é impossível viver sem ele.
- ILUSTRAÇÃO: Certa vez convidarão Bylli Gharam para se candidatar a presidência dos EUA, e ele recusou por causa da vocação. Ele declarou: “Deus me chamou para pregar o evangelho”.
- O ZELO PELA OBRA EM MEIO AOS PERIGOS (1-4)
a) Paulo era zeloso pelo rebanho e não admitiu que falsos obreiros entrassem para contaminar a igreja. Ele sabia que um dia iria apresentar a igreja a Cristo.
b) Podemos ver sua indignação dos versos 1-4, contra os falsos apóstolos
c) O vocacionado zela por aquilo que Deus lhe confiou.
d) Ele sabe que um dia irá prestar contas a Deus de seus talentos – Mt 25.14-28.
e) Seu zelo abrange toda sua vida (ser) e serviço (fazer).
f) Seu zelo faz com que ele tenha cuidado de si por causa também da vocação. Sabe que para Deus trabalhar através dele, Deus começa a trabalhar nele.
- A DEFESA DA VERDADE EM MEIO AO ERRO (4 e 7)
a) Paulo faz menção do evangelho que ele havia pregado e que era nesse evangelho que a igreja deveria permanecer. Ele combate os falsos ensinos a partir da verdade.
b) Paulo se preocupa em não abrir mão da verdade outrora anunciada e procura fazer com que a igreja se porte assim também.
c) Mais do que nunca o nosso tempo exige que esse tipo de característica seja realçada nos nossos vocacionados, pois as ameaças contra a verdade é uma constante em nossos dias.
d) Somos bombardeados de todos os lados com doutrinas enganosas e sedutoras. A exemplo disso podemos constatar a teologia neopentecostal que tem entrado de forma tão sorrateira em nossas igrejas que nem se quer percebemos. Ou até mesmo teologias humanistas que visam agradar mais ao homem do que a Deus.
e) Nossos louvores, declarações, sermões estão infectados com essas teologias, e o perigo é que é um inimigo tão sutil que não conseguimos discernir, a não ser que estejamos munidos da verdade.
f) Aquele que foi chamado por Deus não abre mão da verdade o evangelho custe o que custar. Ele não está preocupado em agradar a homens, mas a Deus que o chamou.
- A HUMILDADE NO SERVIÇO EM MEIO AO OPORTUNISMO (7-8)
a) Uma característica salutar do ministério de Paulo se evidencia aqui, sua disposição de servir sem fazer exigências.
b) Ele relata que não exigiu nenhum suprimento vindo da igreja de Corinto para anunciar o Evangelho. Que se humilhou para que eles pudessem ser exaltados.
c) O vocacionado não faz exigências, porque sabe que foi chamado pra servir, ele confia que Deus suprirá suas necessidades. Ele não é oportunista.
d) Hoje a humildade parece ser fator escasso em alguns ministérios. O que temos testemunhado é um verdadeiro show de artistas que estão mais interessados em usar o ministério para autopromoção.
e) Muitos fazem da vocação um trampolim para lucrar financeiramente, outros para aparecerem etc. Ex: a cantora que exigiu a cor dos lençóis do quarto.
f) Mas aquele que é chamado por Deus sabe que está aqui pra servir e não pra ser servido.
- O SUPRIMENTO DE DEUS EM MEIO A ESCASSES (9)
a) Paulo não fez exigências aos corintios para pregar o Evangelho
b) Mesmo sem esperar dos corintios, Paulo pode contar com o suprimento que Deus proveu através da igreja da Macedônia.
c) Deus se responsabiliza pelos seus chamados.
d) Quanto Jesus envia seus 70 missionários, uma de suas observações é que eles não deveriam levar suprimento, por quê? Porque certamente Deus iria prover. Aquela não era uma ordem irresponsável, mas um estímulo a confiança. MT 10.
e) Algumas vezes até pode faltar o colaboração humana, mas nunca a divina.
f) DEUS cuida dos seus chamados. Por isso o vocacionado precisa aprender a depender de Deus.
g) Dependência não é opção na vocação, é necessidade.
CONCLUSÃO: que a nossa vocação seja identificada por essas marcas divinas.
